Por:

Por: Carolina Gomes, Lara Moser, Márcio Leonardo, Lucas Tristão, Ingrid, Yasmin Mabília.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Boias frias

Bóia-Fria

1.        O que é?

No dicionário “bóia-fria” é o “trabalhador agrícola que se desloca diariamente para propriedade rural, geralmente para executar tarefas sob empreitada”.

2.        Condições de trabalho:


O dicionário não menciona suas condições indignas e perigosas de trabalho. Sem direitos, sem educação, trabalhando nas terras de outro por salários que não são suficientes nem para uma pessoa, que dirá para uma família.
O termo bóia-fria surgiu do costume destes trabalhadores de levar uma marmita consigo logo cedo e, na hora do almoço comê-la fria mesmo (bóia, uma gíria para comida + fria).
O grande problema dos bóias-frias é que suas condições de trabalho são as piores possíveis, estando muitas vezes aliadas às condições de escravidão e trabalho infantil.
3.        Crítica:
Em Ribeirão Preto, em junho de 2007 foi feita uma denúncia da morte de quinze pessoas por causa de trabalho excessivo na colheita da cana-de-açúcar. Segundo a denúncia feita pelo “Relatório Nacional de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais e Culturais”, uma iniciativa apoiada pela ONU, a morte dos quinze trabalhadores teria ocorrido por acidente vascular cerebral e parada cardiovascular ocasionados pelo trabalho excessivo e pela falta de água potável, moradia apropriada, equipamentos de primeiros socorros e ambulância.
O mais preocupante é que casos como este ocorrem no Brasil todo, sem que ninguém tome conhecimento. O caso relatado acima ocorreu em uma das regiões mais desenvolvidas e urbanizadas do país, imaginemos então, o que deve ocorrer em outras regiões menos estruturadas do Brasil. Mas, ao mesmo tempo, diversas organizações buscam combater este tipo de trabalho.
Uma delas é a organização “Sucre-Ethique” (Açúcar – Ético), formada por representantes do Brasil, França, África, Burquina-Faso, Paraguai e Madagascar, busca reunir sindicatos, produtores, indústrias açucareiras e a sociedade civil na luta por melhores condições sociais e ambientais.

Ø Trabalho escravo no Brasil atual:

A nova escravidão é mais vantajosa para os empresários que a da época do Brasil-Colônia e do Império, pelo menos do ponto de vista financeiro e operacional. O sociólogo norte-americano Kevin Bales, considerado um dos maiores especialistas no tema, traça em seu livro “Disposable People: New Slavery in the Global Economy” (Gente Descartável: A Nova Escravidão na Economia Mundial), paralelos entre esses dois sistemas.
Antigamente, a propriedade legal era permitida, hoje não. Mas era muito mais caro comprar e manter um escravo do que hoje. O negro africano era um investimento dispendioso que poucas pessoas podiam ter. Hoje, o custo é quase zero - paga-se apenas o transporte e, no máximo, a dívida que o sujeito tinha em algum comércio ou hotel. Além do fato de que, se o trabalhador fica doente, é só largá-lo na estrada mais próxima e aliciar outra pessoa. O desemprego é gigantesco no país, e a mão-de-obra, farta.
Na escravidão contemporânea, não faz diferença se a pessoa é negra, amarela ou branca. Os escravos são miseráveis, independentemente de raça. Porém, tanto na escravidão imperial quanto na do Brasil de hoje, mantém-se a ordem por meio de ameaças, terror psicológico, coerção física, punições e assassinatos. Ossadas têm sido encontradas em propriedades durante ações de fiscalização, como na fazenda de Gilberto Andrade, família influente da região Sul do Pará.

Ø Crítica pessoal:
                                       
Pessoas que trabalham sem saneamento, água tratada e ate mesmo sem moradia. São os trabalhadores com mais força de vontade.
Mesmo sendo errado eles acordam cedo, trabalham duro pra caramba para ganhar o que não dá nem pra se sustentar direito (imagine uma família), e comem comida fria que fica várias horas no sol quente. E nós reclamando de nossos trabalhos.
postado por : Márcio Leonardo

Nenhum comentário:

Postar um comentário